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Falta de saneamento básico pode favorecer contágio da dengue

Atualmente, quase 100 milhões de brasileiros vivem sem acesso a coleta de esgoto e apenas 46% do esgoto gerado no país passam por tratamento. Somente 21 municípios nas 100 maiores cidades do país tratam mais de 80% dos esgotos. Esses dados do Trata Brasil são alguns que mostram a falta de saneamento básico com que os brasileiros são obrigados a conviver. E com a falta de saneamento vêm as doenças. Entre elas a dengue.

A especialista em Saneamento Ambiental e professora da Escola Politécnica da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Iene Figueiredo, explica que a falta de saneamento facilita a reprodução do mosquito:

“Um ambiente não saneado ele atrai todo tipo de vetor que gosta desse tipo de ambiente. A gente está falando de barata, de rato, de mosca. E de mosquito também. Saneamento – não está incluindo só esgotamento sanitário e água –, mas, também, drenagem e coleta de resíduos sólidos. Quando a gente tem um ambiente que essa prestação de serviços é precária, vetores de doenças serão atraídos.”

De acordo com a especialista, o risco de contrair dengue é maior em áreas com saneamento básico precário. Isso porque a ausência de sistema de água encanada, por exemplo, favorece o surgimento de criadouros para que o Aedes aegypti se reproduza.

Outro problema descoberto recentemente por cientistas é que uma substância encontrada na água contaminada com esgoto pode ajudar na proliferação do mosquito da dengue. O composto químico chamado de geosmina é o mesmo que tem afetado o fornecimento no Rio de Janeiro, deixando a água com gosto e cheiro de terra.

André Ricardo Machi é doutor em biologia da Universidade de São Paulo (USP) e estuda o comportamento do Aedes. O especialista explica que o mosquito é atraído pela geosmina porque a substância é um sinal de que o reservatório de água é “propício” para o desenvolvimento das larvas.

“A água contaminada produz uma maior quantidade de geosmina, pois essa substância é basicamente produzida por microrganismos, principalmente bactérias. Isso faz com que especificamente a fêmea do mosquito seja mais atraída para ‘ovipositar’ nesse local uma vez que, onde há a substância, também há microrganismos dos quais as larvas dos mosquitos podem se alimentar.”

As autoridades de saúde reforçam o papel dos moradores no combate a focos do mosquito transmissor da dengue, Zika e chikungunya. A recomendação do Ministério da Saúde é de que limpeza de possíveis focos do Aedes, dentro de casa, seja semanal.

Dados do ministério revelam que, em 2019, de janeiro a agosto foram notificados quase um milhão e meio de casos prováveis de dengue – número quase sete vezes maior do que o registrado no mesmo período de 2018. A taxa de incidência a cada 100 mil habitantes ultrapassou 735 ocorrências. Em relação aos casos graves da doença, foram registradas 1.419 confirmações.

E você? Já combateu o mosquito hoje? A mudança começa dentro de casa. Proteja a sua família. Para mais informações, acesse saude.gov.br/combateaedes.

*Matéria e Imagem: Agência do Rádio

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